De Francesco
De Francesco, José – ( Rio Grande, RS, 1895) – Porto Alegre, RS, 1967), pintor, cenógrafo e escritor. Filho de pais italianos. Foi discípulo do pintor Giovanini e do escultor Tonietti, antes de ingressar no antigo Instituto de Belas-Artes e Conservatório de Porto Alegre, onde estudou com Libindo Ferraz, Francisco Bellanca e Eugenio Latour. Recebeu também ensinamentos de Pedro Weingartner, de Augusto Luís de Freitas e de Francis Pelichek. Executou cenários para teatros e realizou exposições individuais em Valparaíso (Chile), Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) e no Brasil, em Livramento, Uruguaiana, Bagé, Cruz Alta, Santa Maria, Santo Ângelo, Rio Grande, Jaguarão, São Leopoldo, Tacuarembó, Dom Pedrito, Santa Vitória, todos no Rio Grande do Sul. Em São Paulo , expôs na capital, Campinas e Presidente Vargas. Como autor teatral, escreveu a revista Rio Grande na Ponta (1917); O Louco (1918), encenada pela Companhia Vittor Sohne, no antigo Coliseu depois no Tália; Arrede que lá vai cabo (1922). Escreveu ainda Contos Gaúchos, Ilha dos Dragões, Ao despertar da Aurora, Falência Humana, Ela Vendeu o Corpo, O Homem que Esqueceu o Mundo, Aplausos e Lágrimas, Reminiscências de um Artista, que é uma autobiografia, tendo deixado entre outras, as seguintes referências: “Talvez tenha sido um de nossos plásticos que mais exposições individuais fez entre nós e nos países platinos, num total de quase uma centena de mostras. Pintor primitivista e infantilista, dedicou-se ao regionalismo gauchesco de um lado e à infância que gostosamente fixou em seu ciclo memorável de cirandas e de batalhões de seu quarteirão. Pintava procissões que eram uma gostosura, assim como os kerbes sulinos, tudo sob uma deformação, um primitivismo e um infantilismo cativantes. Hoje no Brasil não se dá somente atenção aos pintores cultos de formas arrojadas. A pintura popular, a temática-folclórica e os processos de plasmagem simples e simplistas têm cabimento e com isso em todo o país se tem devidamente valorizado a arte popular não só no ceramismo autêntico, mas no pinturejar tosco.